sexta-feira, 12 de março de 2010

EUROPA: ETA, IRA E OS CONFLITOS NO CÁUCASO

GRUPO IRA



CÁUCASO
GRUPO ETA

 
Os bascos possuem cultura e língua próprias, ocupam uma região ao norte da Espanha e uma parte do território Francês.
O grupo ETA ( Euzkadi Ta Askatasuna, na língua basca, cujo significado é"PÁTRIA BASCA E LIBERDADE")foi fundado em 1959 e luta pela autodeterminação do País Basco e da Navarra, por meio de ações armadas, nas quais os alvos são membros da guarda civil e do governo espanhol. O IRA surgiu durante o final dos anos 60, auto-designando-se defensor da minoria católica do Norte, cujos esforços para obter direitos civis de forma pacífica obtiveram como resposta a violência da maioria protestante unionista. Até aos anos 90, a organização levou a cabo atos terroristas como ataques furtivos, bombas e assassinatos, num esforço de conseguir a independência de Inglaterra e reunificar a província com a República da Irlanda. O Sinn Fein, que quer dizer “Nós Sozinhos” em gaélico, é o braço político do IRA.
Após 1989, o desaparecimento da URSS permitiu a criação de três novos Estados (Armênia, Geórgia e Azerbaijão), enquanto que as seis repúblicas ciscaucasianas permaneceram no seio da Federação Russa. As três novas repúblicas são confrontadas a graves dificuldades econômicas e são vítimas de múltiplos conflitos: a Armênia e o Azerbaijão disputam o controle do Karabak, região do Azerbaijão, reclamada e ocupada pela Armênia em total desrespeito aos tratados por ela assinados, enquanto que a Geórgia deve enfrentar o separatismo na Abecásia, assim como na Ossétia do Sul. Além disso, no território da Federação Russa, um conflito explodiu em dezembro de 1994 na Chechênia, onde as forças armadas russas tentam submeter pela força os nacionalistas chechenos do general Djokar Doudaiev, que recusam a adesão à Federação Russa e reclamam independência.
A região do Cáucaso é um verdadeiro caldeirão étnico e religioso, marcado por tensões que atenuaram-se com o esfalecimento da União Soviética (URSS). Após a queda do império soviético a Geórgia tornou-se uma nação independente, porém herdou regiões que acabaram em seu território por acaso, como a Ossétia do Sul e a Abcásia, cuja maioria da população é de cidadania russa e que não possuem fortes vínculos com o país que integram atualmente. Em 1990 esses dois enclaves declararam-se independentes da Geórgia, que por sua vez continua a admitir que os territórios ainda são seus. Trata-se dos “conflitos congelados” do Cáucaso. Que pelo visto começaram a esquentar.Desde a Revolução das Rosas, em novembro de 2003, a Geórgia vem tentando se aproximar cada vez mais do ocidente, em especial dos Estados Unidos. Seu presidente, Mikhail Saakashvili, originalmente soviético, estudou em universidade americana e faz questão de dar entrevistas internacionais utilizando seu inglês fluente. As relações com os americanos se intensificaram e estes realizaram investimentos importantes, deram ajuda financeira e até mesmo modernizaram as Forças Armadas georgianas, em conjunto com a Otan.A localização estratégica do país -localizado no meio da rota dos combustíveis fósseis que vão da Ásia Central à Europa sem passar pelo território da Rússia- justifica a aproximação da Geórgia com os norte-americanos e contribui para intensificar os interesses russos na região.Além disso, a Geórgia não esconde suas pretensões de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte, o que é extremamente ofensivo aos olhos de Moscou, que sente-se irritada com a ideia de ter as fronteiras da OTAN estendidas à porta de casa.Dessa forma, a aproximação com os europeus e americanos desagrada o Kremlin, que percebe aos poucos o afastamento da Geórgia e de outros países de sua área de influência.A solução encontrada para atrapalhar ao máximo a aceitação da Geórgia na OTAN seria esquentar os conflitos nas tais áreas separatistas, acreditando na ideia de que a aliança ocidental não aceitaria um país que encontra-se em conflito com a poderosa Rússia.A ofensiva russa realizada há pouco tempo, e que chamou a atenção da comunidade internacional é, portanto, resultado desse jogo de interesses. Onde a Rússia permanece ao lado dos separatistas tendo isso como desculpa para o envio de tropas a região. O que fontes afirmam ter ocorrido de maneira “desproporcional” às ações georgianas, chocando a todos pelo fato dos ataques terem sido realizados em territórios georgianos fora da zona de conflito, forçando a Geórgia a buscar ajuda militar internacional.Após diversos projetos de resolução apresentados pela ONU e rejeitados pelo governo russo, e um cessar-fogo que acabou não sendo respeitado, a Rússia finalmente começa a retirar suas tropas da Geórgia, porém o conflito ainda não se encontra completamente resolvido.Os Conflitos no Cáucaso são uma série de guerras civis, conflitos separatistas e/ou conflitos étnicos, e até mesmo conflitos entre nações, que ocorrem na região do Cáucaso desde o desaparecimento da URSS ao fim da Guerra Fria. Grande parte do traçado das fronteiras existentes na região do Cáucaso é arbitrário e artificial e foi em grande parte estabelecido entre 1922 e 1936 pelo ditador soviético Josef Stalin, governadas com a mão-de-ferro pela URSS, essas repúblicas só teriam problemas étnicos e religiosos aflorados após a desintegração da antiga potência comunista, que permitiu a independência de três novos Estados e que atualmente fazem parte da CEI (Comunidade de Estados Independentes): Armênia, Geórgia e Azerbaijão na porção sul do Cáucaso, na área denominada Transcaucásia. Enquanto que na porção norte do Cáucaso, denominada de Ciscaucasia encontram-se 8 repúblicas e regiões autônomas que permaneceram no seio Federação Russa. As três novas repúblicas são confrontadas a graves dificuldades econômicas e são vítimas de múltiplos conflitos: a Armênia e o Azerbaijão disputam o controle de Nagorno Karabakh, região do Azerbaijão, mas habitado majoritariamente por armênios, reclamada e ocupada pela Armênia em total desrespeito aos tratados por ela assinados, enquanto que a Geórgia enfrenta o separatismo na Abkházia e na Ossétia do Sul. Além disso, no território da Federação Russa, um conflito as repúblicas da Chechênia, Daguestão e Inguchétia almejam a independência.Os conflitos são de interesse global, uma vez que a região é um ponto estratégico devido aos oleodutos que atravessam o Cáucaso, ligando as reservas de petróleo e gás no Azerbaijão e Cazaquistão a Moscou e aos portos da Europa, que se tornaram assuntos estratégicos.

A questão étnico cultural


ORIENTE MÉDIO - A QUESTÃO DA PALESTINA



SANTO SEPULCRO




MESQUITA DE ROCHAS



MURO DAS LAMENTAÇÕES




No início da década de 1990, com a desmontagem da velha ordem mundial baseada na bipolarização, chegou-se a pensar que o mundo entraria em um período de paz e solidariedade entre os povos. O que não aconteceu. Período esse conhecido como a nova "Desordem Mundial", que ocorreu após o término da Guerra Fria e o fim do conflito Leste-Oeste.
A partir desse momento os conflitos deixaram de ser ideológicos (capitalismo x socialismo) e passaram a ser influenciados por questões separatistas, religiosas e étnicas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se privada de todas as suas possessões no mundo árabe. A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato concedido pela Liga das Nações.
Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina ganhou impulso, o que começou a gerar inquietação no seio da população árabe. A crescente hostilidade desta última levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.
Apesar do conteúdo da Declaração Balfour, favorável à criação de um Estado judeu, a Grã-Bretanha tentou frear o movimento imigratório para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas; mas viu-se confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas.
Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível. Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes:
-um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.
Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que se viu imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados somam cerca de 3 milhões.
Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação respectivamente do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.

Os principais acontecimentos :

1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe. Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes.
1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes. Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU. Centenas de milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios palestinos restaram a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas respectivamente por tropas egípcias e jordanianas.
1956 – Guerra entre Israel e o Egito. Embora vitoriosos militarmente, os israelenses retiraram-se da Faixa de Gaza e da parte da Península do Sinai que haviam ocupado.
1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.
1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.
1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; são porém derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967. Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.
1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parla mentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.
1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.
1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute, capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.
1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.
1987 – Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manisfestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses. Estes freqüentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada termina em 1992.
1993 – Com a mediação do presidente norte-americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino. Prevê-se também a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP reconhece o direito de Israel à existência e renuncia formalmente ao terrorismo. Mas duas organizações extremistas palestinas (Hamas e Jihad Islâmica) opõem-se aos termos do acordo, assim como os judeus ultranacionalistas.
1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses. O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.
1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.
1996 – É eleito primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, do Partido Likud (antes denominado Bloco Liked), que paralisa a retirada das tropas de ocupação dos territórios palestinos e intensifica os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio à população predominantemente árabe. O processo de pacificação da região entra em compasso de espera, ao mesmo tempo em que recrudescem os atentados terroristas palestinos. Em Israel, o primeiro-ministro (chefe do governo) é eleito pelo voto direto dos cidadãos.
1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.
2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro. São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.
2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.
Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada parcialmente), correspondentes a 3% do território cisjordaniano; deste, 24% encontram-se sob controle misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados. Em termos demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
Os grandes obstáculos para a implementação do acordo firmado entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat são:

a) A oposição das facções extremistas, tanto palestinas como isralelenses.


b) A posição militarista e intransigente do governo Sharon.


c) O estatuto de Jerusalém Oriental, que os palestinos almejam transformar em sua capital mas que já foi incorporada oficialmente ao território israelense, dentro do conceito de que a cidade de Jerusalém “é a capital de Israel, una e indivisível”.


d) O problema dos 150 000 colonos existentes em Gaza e na Cisjordânia e que se recusam a deixar seus assentamentos.


e) A disputa pelos recursos hídricos do Rio Jordão, pois parte de seu curso (na fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia) ficaria fora do controle de Israel.


f) O território palestino simplesmente não tem como absorver os quase 3 milhões de refugiados que habitavam terras do atual Estado de Israel e que continuam a viver, na maior parte, em precários campos de refugiados espalhados pelo mundo árabe – notadamente no Líbano.
A “Cidade Velha” .


A disputada “Cidade Velha”, dentro de Jerusalém Oriental, conta com locais sagrados de três religiões.


Os principais são:
- Muro das Lamentações, reverenciado pelos judeus como o único remanescente do grandioso Templo de Jerusalém;

- Mesquita da Rocha (foto acima), erigida sobre um rochedo de onde, segundo a tradição islâmica, a alma de Maomé ascendeu ao Paraíso;

- Igreja do Santo Sepulcro, construída sobre o lugar onde Cristo teria sido sepultado e, de acordo com a crença cristã, ressuscitou no terceiro
dia.