quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PAÍSES RICOS NÃO PAGARAM O FMI

A ONU (Organização das Nações Unidas) informou nesta quarta-feira que os países ricos não pagaram US$ 35 bilhões de seus compromissos de ajuda oficial ao desenvolvimento. Esse dado faz parte de um estudo divulgado hoje que mostra que grande parte do aumento nesse tipo de ajuda ocorrido nos últimos anos teve como destino um pequeno número de países em conflito, como Iraque e Afeganistão, em detrimento das nações mais pobres da África, por exemplo. Apesar de o valor da ajuda ao desenvolvimento ter crescido 10% em 2008, chegando a US$ 119,8 bilhões, a ONU destaca que essa cifra é menor do que os US$ 155 bilhões anuais prometidos pelo G8 (que reúne os sete países mais industrializados do mundo) na cúpula de Gleneagles (Reino Unido) de 2005. A ONU também mostra que dificilmente será cumprido o compromisso de destinar 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) aos países mais pobres para 2015, já que a média atual continua estagnada em 0,3%. O estudo foi elaborado por um grupo de trabalho formado por várias agências das Nações Unidas, além do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. Seus autores temem que a diferença entre a ajuda entregue e a prometida crescerá este ano por causa da crise financeira global, o que reduz as possibilidades de alcançar os Objetivos do Milênio em 2015. 'Neste ambiente turbulento, os governos se veem tentados a se concentrar em suas preocupações nacionais. Isso seria um grave erro, já que os recentes fatos demonstraram que estamos interligados', disse a vice-secretária-geral da ONU, Asha-Rose Migiro, na apresentação do relatório. Os responsáveis das Nações Unidas estão particularmente preocupados com o nível da ajuda prometida aos países da África Subsaariana. Em 2005, os países mais ricos se comprometeram a aumentar a ajuda anual à região em US$ 25 bilhões, mas o crescimento foi de apenas US$ 7,6 bilhões ao ano, segundo o relatório. O documento também ressalta a necessidade de concluir as negociações da Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio), iniciada em 2001 para aumentar a liberalização do mercado internacional, principalmente em benefício dos países em desenvolvimento, e que está estagnada. O texto lembra que 20% das exportações dos países menos desenvolvidos não possuem um acesso livre de tarifas aos mercados dos países mais industrializados. Os especialistas das Nações Unidas também advertem que o aumento dos preços dos remédios os afasta cada vez mais das mãos dos mais pobres. Segundo o estudo, os consumidores nos países em desenvolvimento pagam um preço entre três e seis vezes mais alto do que o de referência internacional pelos medicamentos genéricos mais baratos.http://geografiadomundoatual.zip.net

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