A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O TRABALHO INFANTIL
O Trabalho infantil refere-se ao emprego de crianças em qualquer trabalho que
priva-as de sua infância, interfere na capacidade de frequentar a escola
regularmente e considerado mentalmente, fisicamente, socialmente ou moralmente
perigoso e prejudicial. Esta prática é considerada uma
exploração por muitas organizações
internacionais. A
legislação em todo o mundo proíbe o trabalho infantil.Essas legislações não consideram
todo o trabalho das crianças como trabalho infantil: As exceções incluem
trabalho de artistas infantis, tarefas familiares, treinamento supervisionado,
certas categorias de trabalho, como as de crianças Amish,
algumas formas de trabalho infantil comum entre crianças de povos
ameríndios e
outros.
O trabalho infantil existiu em diferentes níveis na maior parte
da história. Durante o século XIX e início do século XX, muitas crianças de 5 a 14 anos de
famílias mais pobres ainda trabalhavam na Europa, nos Estados Unidos e em
várias colônias de potências europeias. Essas crianças trabalhavam
principalmente na agricultura, operações de montagem em casa, fábricas,
mineração e serviços. Alguns trabalhavam turnos noturnos com duração de 12
horas. Com o aumento da renda familiar, a disponibilidade de escolas e a
aprovação das leis contrárias ao trabalho infantil, as taxas de incidência de
trabalho de crianças caíram.
Nos países em desenvolvimento, com alta pobreza e poucas
oportunidades de escolaridade, o trabalho infantil ainda prevalece. Em 2010,
a África
subsaariana teve
as maiores taxas de incidência de trabalho infantil, com várias nações
africanas tendo mais de 50% das crianças de 5 a 14 anos no trabalho. A agricultura é o maior
empregador mundial do trabalho infantil.A grande maioria do trabalho
infantil é encontrada em contextos rurais e economia urbana informal: as
crianças são predominantemente empregadas pelos pais, em vez de fábricas.A pobreza e a falta de escolas são
consideradas como a principal causa do trabalho infantil.
Globalmente, a incidência do trabalho infantil diminuiu de 25%
para 10% entre 1960 e 2003, de acordo com o Banco Mundial. No entanto, o número total de
crianças trabalhadoras permanece alto, com a UNICEF e a OIT reconhecendo
cerca de 168 milhões de crianças de 5 a 17 anos em todo o mundo estão
envolvidas no trabalho infantil em 2013.
Organização Internacional do Trabalho
A Convenção n.º 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1973, no artigo 2.º,
item 3,como idade mínima recomendada para o trabalho em
geral, a idade de 16 anos.
No caso dos países-membros considerados muito pobres, a Convenção admite que seja fixada,
inicialmente, uma idade mínima de 14 anos para o trabalho.
A mesma Convenção recomenda uma idade mínima de 18 anos para os trabalhos que possam
colocar, em risco, a saúde, a segurança ou a moralidade do menor, e sugere uma idade mínima de 16 anos para o
trabalho que não coloque em risco o jovem por qualquer destes motivos, desde
que o jovem receba instrução adequada ou treino
vocacional.
Trabalho infantil numa fábrica nos Estados
Unidos em 1908
A Convenção admite, ainda, por exceção, o trabalho leve na faixa
etária entre os 13 e os 15 anos,desde que não prejudique a saúde ou
desenvolvimento do jovem, a ida deste à escola ou a sua participação numa orientação
vocacional ou
programas de treino, devendo, a autoridade competente, especificar as atividades permitidas e o tempo
máximo de trabalho diário.
UNICEF
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o trabalho infantil é
definido como toda forma de trabalho abaixo dos 12 anos de idade, em qualquer
atividade económica; qualquer trabalho entre 12 e 14 anos que seja trabalho
duro; e todo o tipo de trabalho abaixo dos 18 anos enquadrado
pela Organização Internacional do Trabalho nas "piores formas de
trabalho infantil".
Para fins de pesquisa de campo, a UNICEF define o indicador de trabalho infantil
como o percentual de crianças de 5 a 15 anos envolvido com trabalho infantil. A
definição da UNICEF, para fins de pesquisa, encontra-se sob a seguinte
classificação:
·
Trabalho de crianças de 5 a 11 anos: trabalho executado durante
a semana anterior à pesquisa por pelo menos uma hora de atividade económica ou
28 horas de empregado
doméstico/trabalho doméstico naquela semana;
·
Trabalho de jovens de 12 a 14 anos por pelo menos 14 horas de
atividade económica ou 42 horas de atividade económica e trabalho doméstico
combinados naquela semana.
Piores
formas de trabalho infantil
Criança saindo de lixão após
coleta de recicláveis.(foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Embora o trabalho infantil, como um todo, seja visto como
inadequado e impróprio para os menores abaixo da idade mínima legal, as Nações
Unidas consideram
algumas formas de trabalho infantil como especialmente nocivas e cruéis, devendo ser combatidas com prioridade.
A Convenção n.º 182 da OIT,de 1999, aplicável neste caso a
todos os menores de 18 anos, classifica, como as piores formas de
trabalho infantil: o trabalho escravo ou semiescravo (em condição
análoga à da escravidão); o trabalho decorrente da venda e tráfico de menores;
a escravidão por dívida; o uso de crianças ou adolescentes em conflitos armados; a prostituição e a pornografia
de menores; o uso de
menores para atividades ilícitas, tais como a produção e o tráfico
de drogas; e o trabalho
que possa prejudicar a saúde, segurança ou moralidade do menor.
No Brasil, algumas das formas especialmente
nocivas de trabalho infantil são: o trabalho em canaviais, em minas de carvão, em funilarias, em cutelarias (locais onde se fabricam
instrumentos de corte), na metalurgia e junto a fornos quentes, entre outros.
Brasil
No Brasil, a Constituição brasileira de 1988 (art. 7º, XXXIII) admite o trabalho, em geral, a
partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, nos quais a
idade mínima se dá aos 18 anos. A Constituição admite, também, o
trabalho a partir dos 14 anos (art. 227, § 3º, I), mas somente
na condição de aprendiz (art. 7º, XXXIII).
A Consolidação das Leis do Trabalho em acréscimo, garante, ao
trabalhador adolescente entre 14 e 18 anos, uma série de proteções especiais,
detalhadas em seu Capítulo IV (artigos 402 a 441). Entre elas, a proibição do
trabalho em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, e em horários e locais que não
permitam a frequência à escola (artigo 403, § único). A CLT
concede, também, ao trabalhador estudante menor de 18 anos, o direito de fazer coincidir suas férias com as férias escolares (artigo 136, § 2º).
No Brasil, o trabalho infantil é considerado crime de
acordo com previsão constitucional, havendo, também, outras formas mais nocivas
de trabalho infantil que merecem um tratamento especial da lei. Entre estas,
estão:
·
Trabalho infantil escravo -
Reduzir o trabalhador à condição análoga à de escravo,
por meio de trabalhos forçados, jornada exaustiva ou
condições degradantes de trabalho, artigo 149 do Código Penal brasileiro de
1940, com a agravante de se tratar
de criança ou adolescente (§ 2º, item I). A agravante foi introduzida pela lei
10 803, de 11 de Dezembro de 2003 e aumenta a pena em
uma metade;
·
Maus-tratos (artigo
136 do Código Penal), crime aplicável a menores –
Expor, a perigo, a vida ou
a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado. Se a pessoa for menor de 14 anos, há a agravante do § 3º,
introduzida pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (lei 8.069/90), que aumenta a pena em mais um
terço.
·
Exploração da prostituição de menores –
A exploração da prostituição infantil,
considerada pela Organização Internacional do
Trabalho como uma das piores formas de trabalho infantil, é crime
previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
·
Pornografia de menores - Crime
previsto nos artigos 260 e 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
·
Venda ou tráfico de menores -
Constitui crime previsto no artigo 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Portugal
Em Portugal, o trabalho infantil é considerado uma
grave ofensa à integridade de uma criança e punido severamente, com prisão e multas altíssimas. O artigo 152 do Código
Penal Português define os casos específicos em que
atualmente o trabalho infantil é crime - maus-tratos a menores implicando em
trabalho em atividades perigosas, desumanas ou proibidas (item 2) ou trabalho excessivo (item 3).
Dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2005 divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelam que o avanço da ocupação
infantil foi influenciado pelo aumento do trabalho para o próprio consumo e pelo trabalho não remunerado na
atividade agrícola.
No meio agrícola, este fato aumenta principalmente devido a
fatores como dificuldades financeiras geralmente geradas pela seca,
obrigando os menores a trabalhar em diversas frentes de trabalho (hortas, pedreiras, comércio) em busca de melhorar a renda
familiar.
Segundo a pesquisa, na faixa dos 5 a 17 anos de idade, o
contingente dos que trabalhavam passou de 11,8% em 2004 para 12,2% em 2005,
muito embora esses dados não alterem a tendência de declínio que vem sendo
registrada de 1995 a 2005.
Mais de 5 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham
no Brasil, segundo pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, apesar de a lei estabelecer 16 anos como a idade mínima para o
ingresso no mercado de trabalho.
Na última década, o Governo do Brasil ratificou convenções internacionais sobre o assunto e o combate ao
trabalho infantil se tornou prioridade na agenda nacional.
Foram criados órgãos, alteradas leis e implantados programas de
geração de renda para as famílias, jornada escolar ampliada e bolsas para estudantes, numa tentativa de dar melhores
condições para que essas crianças não tivessem que sair de casa tão cedo para
ajudar no sustento da família.
Tanto esforço vem dando resultado. O número de jovens
trabalhando diminuiu de mais de 8 milhões em 1992 para os cerca de 5 milhões
hoje. Mas especialistas afirmam: o momento de inércia ainda não foi vencido e, se o
trabalho que está sendo feito for suspenso agora, vai ser como se nada tivesse
acontecido.
Dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Os dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD) 2005 divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística revelam que o avanço da ocupação infantil foi influenciado
pelo aumento do trabalho para o próprio consumo e pelo trabalho não remunerado na
atividade agrícola.
No meio agrícola, este fato aumenta principalmente devido a
fatores como dificuldades financeiras geralmente geradas pela seca, obrigando os menores a trabalhar em
diversas frentes de trabalho (hortas, pedreiras, comércio) em busca de melhorar a renda
familiar.
Segundo a pesquisa, na faixa dos 5 a 17 anos de idade, o
contingente dos que trabalhavam passou de 11,8% em 2004 para 12,2% em 2005,
muito embora esses dados não alterem a tendência de declínio que vem sendo
registrada de 1995 a 2005.
Mais de 5 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham
no Brasil, segundo pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, apesar de a lei estabelecer 16 anos como a idade mínima para o
ingresso no mercado de trabalho.
Na última década, o Governo
do Brasil ratificou convenções
internacionais sobre
o assunto e o combate ao trabalho infantil se tornou prioridade na agenda
nacional.[carece de
fontes]
Foram criados órgãos, alteradas leis e implantados programas de
geração de renda para as famílias, jornada escolar ampliada e bolsas
para estudantes, numa
tentativa de dar melhores condições para que essas crianças não tivessem que
sair de casa tão cedo para ajudar no sustento da família.
Tanto esforço vem dando resultado. O número de jovens
trabalhando diminuiu de mais de 8 milhões em 1992 para os cerca de 5 milhões
hoje.[carece de
fontes] Mas especialistas afirmam:[carece de
fontes] o momento de inércia ainda não foi
vencido e, se o trabalho que está sendo feito for suspenso agora, vai ser como
se nada tivesse acontecido.
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